Onde perdi minhas cores e virei tão preto, branco e cinza?

Let the children's laughter remind us how we used to be...

Como boa aquariana, (com asc em sagitário ainda por cima!) lembro de ser uma criança bastante criativa, imaginativa e teimosa. Como filha única, tinha que usar e abusar dessa criatividade inventando brincadeiras, me vestindo com as roupas mais aleatórias possíveis para me transformar em um Power Ranger, fazendo shows com músicas improvisadas… Eu era sereia, espiã, cantora, cachorro, trocadora de ônibus, etc. Não punha limites na imaginação, no que eu poderia ser. Eu sabia que podia ser o que quisesse, vestir o que quisesse, rabiscar o que quisesse que estaria lindo, cantar palavras aleatórias sem pensar na afinação…

Acho uma pena que com 31 anos - soon to be 32 - lembro tão pouco de minha infância e me acho tão distante dela. A criança criativa, sem medo de ser quem se era, iria estar feliz e admirada com a minha versão de hoje? Onde foi que fui perdendo minhas cores e virando tão preto, branco e cinza?

Algumas coisas ainda se mantém: sempre escrevi, sempre li muito, sempre amei passar horas e horas escutando música, sempre desenhei mesmo que não fosse tão boa, sempre cantei, sempre quis ser diferente dos demais, única, autêntica. Porém quando essa diferença não foi motivo de admiração, mas sim motivo de chacota e/ou críticas (nada construtivas), fui tentando me camuflar, tentando parecer ser mais igual à todo mundo, e com isso eu fui sumindo…

Hoje, me sinto uma farsa, como se tivesse vestido uma carapaça, e - obviamente com ajuda da análise - comecei a colocar em check algumas escolhas, alguns caminhos e me questionar mais se ‘‘isso ou aquilo’’ realmente me representa, ou estou apenas na inércia de agir de acordo com as expectativas dos outros. Essa busca pelo meu verdadeiro ‘‘eu’’, por mais errático que talvez ele possa ser, é o que têm importado para mim. Vestir minha própria pele de novo, colorida, caótica, minha. E daí que eu cultivo mil hobbies, diferentes interesses, misturo cores, misturo estampas, canto do meu jeito e danço desengonçado com coreografias malucas? Claro que mudamos, evoluímos, mas acredito que nossa essência permanece a mesma em toda essa nossa existência. E a vida é tão curta e tão frágil pra gente adoecer tentando ser o que não somos, tentando nos fazer caber em espaços que não nos comportam e não são nossos.

Não sou muito a pessoa que olha para trás, mas nessa tentativa de contato comigo mesma, achei necessário, então comecei revisitando fotos antigas e vim compartilhar um pouco algumas pérolas dessa criança que fui e que pretendo ouvir mais, pois tenho certeza que ela ainda vive dentro de mim:

Inspiração:

’’You look so strong and vibrant!’’ - Kate Winslet nessa entrevista

‘‘Let the children's laughter remind us how we used to be’’ (Greatest Love Of All - Whitney)

Estou pensando em deixar a publicação da news para sábado, o que acham? Me contem nos comentários?

Até logo!

Let Oliveira